domingo, 18 de outubro de 2015

Olhar de Burca (3ª parte)


Olhar de Burca

(3ª parte)

 PDF 510
 
Uma visão holográfica do espírito e da alma, na dimensão da materialidade. O corpo é o histórico de cada um. Sinais, fraturas e cicatrizes com datas marcadas em uma agenda antiga e passada. Caras e caretas de remédios doces e amargos; comidas saborosas e desejadas; degustações em festas e comidas indigestas. Retenções de líquidos e sofrimentos. O sorriso e o amargo, entre doces e salgados.
Idades de comportamentos arquétipos e estruturas esqueléticas com a fisiologia interna da vida com o sangue que vai e vem bombeado pela vida cardíaca. Como um resumo da vida, nas marcas do rosto, cravos es espinha deixaram marcas da puberdade, com vergonhas e pudores, marcas de tempos passados. Vivencias e convivências; risos e sofrimentos. Outros olhares mais profundos também são encontrados. Marcados na expressão dos olhos, a visão da alma. O espelho da alma, a íris e seus fragmentos delineados e/ou entrelaçados.
Depois de imagens que ultrapassavam os vitrais e as telas, imagens que ultrapassavam a própria imagem com avanços para ver o que acontece do lado de fora, novas visões foram avistadas. Com as próprias imagens, foi possível criar um novo texto que ultrapassava a ideia inicial do texto. Na verdade, apenas uma imagem a mesma imagem, com alguns cortes, buscando detalhes em um olhar reduzido. Um olhar que não fosse influenciado por livro. Com uma pesquisa em redes sociais, seria fácil descobrir algumas páginas que foram abertas naquele livro. E o importante não seriam as páginas que se deixaram fotografar, mas as ideias e as impressões de quem se dispôs a interpretar aquela imagem, inscrita em um olhar. O acompanhamento de um café não solitário poderia influenciar. Interpretações que poderiam ser feitas com o coração, a razão e a observação, e mais uma diversidade de opções com analises anatômicas, fisiológicas, psicológicas e comportamentais sociais, coletivas ou individuais.
O desejo de não incomodar, no estilo qualquer sabor agradaria. Um café fervido e misturado pode vir cheio de sabores, aromas e influencias. Bastaria observar os seus gostos e suas preferencias: quente ou frio, puro ou com um pouco de água, diluído; misturado com leite e outros ingredientes, tipos de açucares e tipos de adoçantes traçariam um perfil, da interlocutora sorvendo em goles o café e a audição. Copos altos com cafés gelados e enfeitados. Saberes e sabores vertidos em uma xicara.
As lembranças de outros cafés poderiam subir à tona, e ser derramado na mesa. Um café ao acaso ou o café de todos os dias; um café bem passado ou um café requentado, poderiam remeter ao passado. Cafés e tempos coados e passados. Cafés de tempos expressos e impressos no currículo da vida.
O livro a sua frente evitava as palavras, com uma boca calada. Palavras que pudessem ser bem-ditas ou mal-ditas, ou até mal interpretadas.
Era um livro de palavras adquirido em uma casa de palavras, no bel espaço por vender livros e outros argumentos, formados por letras e palavras. Uma casa que poderia escrever uma trilogia com livros recém lançados de escritores e poetas: Seiva de Palavras (Clécia Santos) e Apenas Palavras (José de Castro), mais o livro da foto que evitou o pronunciamento de palavras, o Livro de Palavra (João Andrade). Um jogo de imagens descritas por palavras.
Talvez os autores da suposta Trilogia de Palavras possam ter-se retratados em seus livros. Não em fotos, mas por poemas, versos e palavras. E minimamente estariam relatando em seus livros um capitulo de suas vidas. Teriam usado seus livros como um véu, para esconder suas verdadeiras palavras. Palavras que só eles terão as respostas das palavras retidas, ou palavras repetidas, as palavras grafadas em seus corpos e suas vidas. Seus livros e suas catarses, com uma permissão em aberto para outros refletirem em benefício do próprio olhar e facilitar seus conhecimentos e suas próprias catarses.
E ao ler em público com seus livros abertos, estariam repetindo gestos, com os seus olhares, dando novas oportunidades aos olhares de burca. Olhares calados com desvio de olhares, atentos aos que passam, fora de suas histórias, fora das páginas escritas, e fora de suas memorias.
E então surgiriam novas interpretações, folheando outras páginas, com novos personagens e novos olhares: de poetas, professores e escritores, com poesias relatadas em livros. O olhar professoral, que lê o livro e vigia a turma. A mão que afaga é a mesma que domina. O olhar que ensina é o mesmo que controla. A tríade de olhares, para os lados, para a frente e para o livro.
Um olhar sob o ponto de vista do olhar dos professores poderia inclusive fazer análises mais profundas com o argumento de Michel Foucault com Vigiar e Punir. E o argumento do direito, onde o réu ou o cidadão, tem o direito de não criar provas contra si mesmo, tendo em vista que o aluno participa de uma prova oral ou escrita, sobre a matéria ministrada ou lecionada, criando uma prova assumida e assinada sobre o seu conhecimento adquirido, sem direito a recursos em outras instancias, chegando aos tribunais superiores.
Vale o que está escrito, no estilo mais simples de um jogo de bicho.
 18/10/15
Textos relacionados
“Olhar de Burca” disponível em:
 
“Olhar de Burca (parte 2) ” disponível em:
“Olhar de Burca (parte 3) ” disponível em:
 
Textos relacionados com fotografias:
Pausas para uma foto:
Os poetas e as fotografias:
Loura do capim dourado:
Onzes de setembro:
 Em 18/10/15
Em algum lugar entre Natal/RN e Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
 
Plataforma Lattes
Produção Cultural
 
 
Outros textos:
 
 
 
 
 
http://jornaldehoje.com.br/search/roberto+cardoso
 
 
 
 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Cartas a um professor


Cartas a um professor

Cartas a um mestre e doutor

 

PDF 506

 
 
Cartas a um professor e cartas a um mestre e doutor. Cartas aos que professam suas ideias, diante uma classe sentada e disposta a assistir suas declarações, com suas palmatórias e suas notas decisórias.

Dia do mestre, e dia do professor. O dia de agradecer aquele que se dispos a orientar, a ensinar. O dia daquelas que conduzem o aluno nos primeiros passos. Dia de agradecimentos e dia de mandar cartas. Cartas que podem facilitar suas novas visões nas proximas preparações. Proximas aulas e proximas provas. Proximas orientações. Proximos amigos que podem ser vistos sempre como alunos ou orientandos.

Cartas para entender as novas gerações, que chegam com um maior conhecimento, e um aparelho de comunicações e informações na palma da mão. Alunos que já chegam iluminados, os novos iniciados.

15/10/15

 

A velocidade da informação


 

Cartas a um mestre e doutor

Do útero a pós graduação


A Dialética da zona de conforto


O egoismo do tempo


A praxis do existir


Notas sobre o tempo


O conhecimento que as universidades já não produzem





1ª carta



2ª carta


3ª carta


4ª carta


5ª carta


6ª carta


7ª carta


8ª carta


Mi mi mi




 

Dia do professor

15/10/2015

 

Disponivel em:



 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Receita de texto e segredos de um pão


Receita de texto e segredos de um pão

 PDF 502

 
 
Ao ser convidado para estar presente em Quintas Literárias, veio junto uma pergunta que sempre esteve presente com a dupla de mediadores preferidos, e uma diversidade de presentes, os que são escolhidos semanalmente para compor a mesa, e serem arguidos. O questionamento sobre como cada um faz sua a criação. E a plateia fica atenta para uma receita de inovação.

Os mediadores preferidos não compareceram, desta vez. Foi a vez daquele que os classifica como os seus mediadores preferidos. E a mesma pergunta sempre presente não faltou: Como escrever um texto. Como escrever o texto classificado como crônica. De onde vem os personagens e de onde vem a inspiração. Como surgem os pensamentos. A resposta desejada: uma receita.

Sabe-se de antemão que desejam uma receita. Receitas que possam dar certo em suas cozinhas da mente, com neurônios ferventes. Depois de outras quintas chegara a minha vez, com a pergunta fatídica. E a receita lembra de como preparar um texto, ou como pode-se escrever um pão. Nas mais diversas combinações: trançados, enrolados e formatados. Podendo inclusive escrever em outras línguas, sendo as mais comuns: americano, francês, italiano e australiano. Receitas locais podem levar macaxeira e ter a forma de carteira.

Esclarecendo que o pão americano é tal como a própria cultura, feito em formas no estilo quadrado com cantos angulares, e vendido em fatias sempre iguais. A visão cartesiana e formatada, até no pão americano, próprio para sanduiches de frios, em camadas, ou pastas espalhadas. Pequenas porções de pão americanos circulam por festas com nomes de canapés. Na Espanha encontramos os famosos tapas. O pão é um alimento secular que permanece no tempo, não é superado pela tecnologia. Mas vamos para as novas e-tapas.

Escrever um texto é como preparar um pão caseiro. É necessário primeiro saber os ingredientes disponíveis, e na falta de um ingrediente, é necessário ir à rua conseguir, em um supermercado, em uma livraria ou biblioteca. Pode até encontrar em uma padaria. Talvez um vizinho que tenha uma revista, um livro ou um texto da lista de ingredientes possa ajudar. No computador também podemos encontrar uma receita, citada na net; ou uma ideia e uma sugestão em um chat. E o (a) vizinho (a) da net, no final vai querer provar. Vizinho ou vizinha pão doce ou salgado. Pode ser recheado com amêndoas ou Almeida. Farinha Poty ou Paty, do moinho potiguar.

Primeiro passo é diluir o fermento em agua ou leite morno. Sem misturar todos os ingredientes e todas as informações de uma vez. É preciso diluir para começar a fermentar. Diluído o fermento e escolhido o tema do texto, convém esperar algum tempo para a levedura fermentar, e aumentar de tamanho. É a primeira etapa para criar, é o processo do trabalho das leveduras. Canalizações químicas e pontes de criações começam a atuar. Hora de o processo descansar.

Terminada a fermentação chega o momento de outros ingredientes, farinhas diversas podem ser adicionadas. Farinhas que atravessaram estradas, foram empacotadas e estocadas, obedecendo um tempo de validade. Com prazos de validade vencido, das farinhas e das informações, o processo pode não vingar. A massa formada com a farinha e a porção de fermento é bem misturada e sovada. Até que depois de todas as informações, todos os ingredientes estejam em um novo ponto de esperar, e fazer uma nova espera, e um novo crescimento.

Chega-se a última etapa. Todas as informações e conhecimentos estão todos incorporados a uma massa em forma de texto. Chega a hora da formatação. Critérios de margens de crescimentos e os tamanhos das formas e formas necessárias. Estilos de fontes e letras. O pão pode ter diversas formas. Um breve tempo para a massa se acomodar na forma é necessário. Quando entrar no forno, o calor intenso irá terminar com as leveduras biológicas, e o pão deixa de crescer, para assar.

Uma nota importante. É preciso ter e reconhecer todos os ingredientes. Saber suas origens e seus processos de transformações. Produtos que saíram do campo sofreram processos de industrializações. Embalagem, transporte e empacotamento. Já não são os mesmos colhidos em suas origens. Informações de outros, além da origem dos acontecimentos, também foram transformados ao longo de um tempo.

Por fim uma finalização. Um creme ou uma manteiga pode ser passado por cima da massa assada. Por fim uma pequena participação de uma nova presença. Com um nome reduzido e a sua pequena. Primeiro observaram pelo vidro, o forno onde era assado o pão. Entraram discretamente, ficaram logo no primeiro assento encontrado. Parece que atravessaram as placas de vidro do forno e da sala. E chegaram a tempo de participar da minha quinta literária.

E chegara um pedido amizade na minha rede do clube virtual. Com direito a primeira fatia, o primeiro pedaço para ser degustado. Espero que esteja cru e não tenha queimado. Que tenha ficado bem assado. Em outro momento, podemos tentar outra massa, com outras receitas.

 

Texto disponível em: